quinta-feira, 21 de maio de 2009

Seleção para produtores e repórteres voluntários da Agência de Notícias MultiCiência

Estudantes de Comunicação Social interessados em divulgação científica podem se inscrever até o dia 22 de maio, sexta-feira, para a seleção de produtores e repórteres no Projeto de Extensão MultiCiência.

A Agência de Notícias Multiciência é um projeto do Departamento de Ciências Humanas que funciona como espaço experimental para os discentes de Jornalismo em Multimeios através da produção de pautas, realização de entrevistas e informes noticiosos sobre Ciência, Educação e Tecnologia no Vale do São Francisco que são divulgados nos meios de comunicação no local e no blog:

www.multicienciaonline.blogspot.com.

Para participar é necessário ter compromisso e disponibilidade nas terças e sábados matinais para participar da capacitação e reuniões de acompanhamento das pautas.

Os interessados devem levar cópia de RG, CPF e comprovante de matrícula no Núcleo de Pesquisa e Extensão (NUPE) e efetuar a inscrição.

Venha fazer parte da equipe 2009.1 da Agência de Notícias. A seleção será dia 26 de maio, terça-feira, às 9h na Sala de Extensionistas. Participe!

Por MultiCiência -15/05/2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

DCH III ganha mais um laboratório



Foi inaugurado na última quinta-feira (14) o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Multimeios do Campus III da UNEB na 83ª Sessão Científica do Departamento de Ciências Humanas (DCH). Na sessão, o professor doutor Cosme Batista dos Santos apresentou os objetivos pretendidos com a criação do laboratório, o qual servirá de estudo para as novas linguagens e instigar os estudantes a produzí-las, além de proporcionar o fortalecimento dos grupos de pesquisa do DCH.




Colaboração: Agência de Notícias Multiciência
Texto: Naiara Soares
Foto: Emerson Rocha


Pós-ERECOM: porque a socialização se faz necessária.



No dia 12 de maio, o Centro Acadêmico convidou as/os estudantes do curso de Comunicação Social para um momento de socialização das experiências vivenciadas no processo de preparação e realização do ERECOM 2009, sediado em Vitória da Conquista/BA.
Na ocasião, foi exibido o programa de rádio produzido durante o 2º Pré-encontro. Em seguida, as/os estudantes, que estiveram na Univesridade do Sudoeste da Bahia (UESB) entre os dias 30 de abril e 03 de maio, relataram suas impressões acerca do evento e do Movimento Estudantil de Comunicação na regional Nordeste I (BA, SE e AL).
O C.A trouxe também algumas informações iniciais acerca do 30º ENECOM (Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação) que este ano vai acontecer em Fortaleza/CE, no período de 26 de julho a 02 de agosto. Além disso, todos e todas foram convidad@s a participar da organização da II Semana de Comunicação Alternativa, a ser realizada nos dias 17 e 18 de junho no DCH III/UNEB.


Isabela Denise, encontrista, relata as
experiências e fala da importância de
conhecer espaços como os encontros es-
estudantis durante a formação acadê-
mica.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós.


Por Érica Daiane

Hoje minha prima de cinco anos não foi pra escola e passou a manhã quase toda concentrada assistindo à TV Globinho. Por mais que se tente sensibilizá-la quanto as possibilidades que ela tem para envolver o tempo com outras atividades, é difícil convencê-la de que qualquer outra coisa que ela possa fazer nesse momento seja mais interessante que assistir aos desenhos animados.

Entre um desenho e outro, uma garota apareceu falando de uma data, segundo ela, muito importante para o Brasil, pois foi quando o país ficou livre da escravidão. Assim é que as tantas crianças atraídas pela programação da Tv Globo naquele momento ouviram falar do 13 de maio.

A jovem apresentadora convocava todo mundo a comemorar a data e encerrou sua fala com a frase “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós”, que está no refrão do Hino da Proclamação da República e que foi também tema do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense no centenário da “abolição da escravatura”.

O hino, símbolo nacional que merece nosso respeito, conforme nos é ensinado, tem uma estrofe que diz: “Nós nem cremos que escravos outrora/ Tenha havido em tão nobre País.../ Hoje o rubro lampejo da aurora/ Acha irmãos, não tiranos hostis./ Somos todos iguais! Ao futuro/ Saberemos, unidos, levar/ Nosso augusto estandarte que, puro/Brilha, avante, da Pátria no altar!”. Essas frases é só uma pequena mostra de um discurso até hoje reproduzido.

O sistema educacional vigente no Brasil não se propõe a desconstruir a visão histórica de que a sociedade brasileira, como pontua Roberto da Matta, é formada por um “triângulo racial”, o que impede uma análise social dessa formação.

Se a historiografia, difundida pela escola, e os meios de comunicação de massa pouco tem contribuído com a disseminação de uma visão diferenciada dos fatos históricos no Brasil, ocorre, intencionalmente, a manutenção do status quo.

Os livros didáticos adotados na maior parte das escolas públicas e privadas do país ainda pautam a visão ilusionista da Lei Áurea como propulsora de uma sociedade livre da escravidão. Os poucos espaços utilizados para desconstruir essa visão histórica, se perdem em meio aos tantos discursos que levam-nos a acreditar que vivemos em uma democracia racial.

De acordo com Matta, “quando acreditamos que o Brasil foi feito de negros, brancos e índios, estamos aceitando sem muita crítica a idéia de que estes contingentes humanos se encontraram de modo espontâneo, numa espécie de carnaval social e biológico. [...] O fato é que somos um país feito por portugueses brancos e aristocráticos, uma sociedade hierarquizada que foi formada dentro de um quadro rígido de valores discriminatórios”.

É bem mais fácil usar o argumento da mistura das três raças do que assumir que foi construída uma sociedade hierarquizada, onde a injustiça social é conseqüência de um sistema político e econômico extremamente opressor.

O levante das minorias oprimidas, que na verdade constituem a maioria, se dá então a partir dessa “chaga” da sociedade. A omissão daqueles que tem poder para governar o país, seja qual for o regime político adotado, faz com que surjam os discursos contestatórios, as questões e possíveis soluções trazidas à tona pelos movimentos sociais comprometidos com a superação dos critérios de classificações existentes em um contexto de desigualdade extrema.

O Movimento Negro, assim como os demais movimentos preocupados com as formas de preconceito, escancarados ou velados, assume papel fundamental na luta por uma igualdade que tem sido colocada como inalcançável.

Maria da Glória Gonh, ao falar do caráter educativo dos movimentos sociais, aborda a eficácia dos processos que se desenvolvem fora dos canais institucionais. Para Gonh, “a consciência adquirida progressivamente através do conhecimento sobre quais são os direitos e os deveres dos indivíduos na sociedade hoje, em determinadas questões por que se luta, leva concomitantemente à organização do grupo”.

Nesse sentido, a responsabilidade que, teoricamente, seria do Estado, através da educação formal, é transferida para a população. Em meio a isso, confundem-se conceitos como cidadania, democracia, liberdade e função social.

Diante dessa realidade já constatada – uma realidade cada vez mais injusta por classificar e conceder privilégios às pessoas de acordo com a cor da pele, poder aquisitivo, e outros aspectos – alguns olhos já estão abertos e conseguem enxergar o cerne desse estágio de subdesenvolvimento.

Entretanto, mais do que abrir o olho e enxergar, é preciso intervir. De nada adianta uma reflexão crítica, se não há engajamento, ações e proposições que de fato construam a mudança desse atual cenário social. De nada valerá compreender os mecanismos de dominação presentes em nossa sociedade, se não exigirmos que o Estado, enquanto detentor do poder legislativo, executivo e judiciário, assuma sua responsabilidade tal como é assegurado nas tantas leis do país.

Mais que isso, é preciso gritar aos quatro ou mais cantos qual a sociedade que queremos. E essa não é uma prática simples, não é pontual, nem pode mais ficar restrita à nossos mundos particulares, pequenos. Não dá pra cruzar os braços porque a gente não consegue mudar a ideologia transmitida pelos meios de comunicação, ou porque não se consegue publicar o livro didático adequado ou ainda porque existem educadores que enaltecem o 13 de maio e nunca falam do 20 de novembro (data de morte de Zumbi dos Palamres) nas aulas de história.

Não dá pra cantar “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós”, apenas rememorando o hino da proclamação da república ou o samba-enredo da escola de samba carioca, sem se dá conta do quanto carecemos dessa liberdade.


Referências

- MATTA, Roberto da. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

- GONH, Maria da Glória. Movimentos Sociais e educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Democratização Sim! Porque a Praça é do Povo.


Em agosto de 2007, seis estudantes de Comunicação Social da UNEB Juazeiro participaram do I Encontro Regional de Estudantes de Comunicação que aconteceu na Universidade Federal de Sergipe em Aracaju. Nesses mesmo encontro esses estudantes, ainda iniciando uma aproximação com a Executiva Naciopnal de Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) ousaram pleitear a sede do próximo encontro.

Em maio de 2008, portanto, o Departamento de Ciências Humanas da UNEB, em Juazeiro, foi sede do II ERECOM da Regional Nordeste I (BA, SE, AL). Com o tema "Comunicação e Educação: um diálogo necessário na luta pela superação das opressões", os cinco dias de encontro mostraram que há pessoas que estão dispostas a re-construir o modelo de sociedade atual, que encontra-se amparado no imperialismo econômico e ideológico de um regime monopolista.

Com essa mesma necessidade de transformação social e com o mesmo empenho para que essa mudança se concretize, entre os dias 30 de abril e 03 de maio de 2009, em Vitória da Conquista/BA, o III ERECOM provocou as/os estudantes baianos, alagoanos e sergipanos a pensarem sobre a Democratização da Comunicação. Com o mote, "A praça é do povo! Democratização Já! Por um sistema Público de Radiodifusão", temáticas como sistema público de comunicação, mídia livre, educomunicação, combate às opressões, qualidade de formação d@ comunicador/a, comunicação comunitária, arte, políticas públicas, entre outras discussões, fizeram parte da programação do encontro.

E, acreditando que essa é mais uma luta coletiva, as/os participantes do ERECOM saíram às ruas de Vitória da Conquista para apresentar/dialogar com a população o posicionamento do Movimento Estudantil de Comunicação acerca do panorama da Comunicação que se tem hoje no Brasil, um modelo tido como oficial. Na crítica ao monopólio dos grandes meios de Comunicação, houve espaço também para pautar as outras formas possíveis de se fazer Comunicação, uma forma que contemple a pluralidade do país e que tenha, de fato, papel estratégico na construção da verdadeira democracia.

O que não passou despercebido também foi o debate sobre a realização da I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM,que irá acontecer em dezembro deste ano. As representações estudantis dos estados presentes no encontro tem claro que esse é um momento importante para a democratização da comunicação no país, contudo é apenas uma das iniciativas que, não se pode esquecer, está atrelada também aos interesses do Estado. No Conselho Regional de Entidades de Base, último espaço político do encontro, as escolas presentes reafirmaram que, além de "disputar" os espaços de construção da I CONFECOM, é preciso utilizar esse momento de mobilização Pró-Conferência para construir redes e articulações com entidades e movimentos que venham a fortalecer a luta por uma comunicação realmente pública, social e democrática.

Memória... ERECOM 2009

Fotos: Emerson Rocha, Érica Daiane e Porky