Por Érica Daiane
Se for feita uma enquete para saber por que as pessoas comemoram o natal, certamente, as respostas serão semelhantes; os/as entrevistados/as dirão que festejam o nascimento de Cristo. Mas, será que é isso que vem perpassando as práticas cristãs nos últimos tempos?
Se for feita uma enquete para saber por que as pessoas comemoram o natal, certamente, as respostas serão semelhantes; os/as entrevistados/as dirão que festejam o nascimento de Cristo. Mas, será que é isso que vem perpassando as práticas cristãs nos últimos tempos?
O natal, assim como a páscoa, o dia das mães e dos pais, o dia da criança, tornaram-se mais uma vítima do capitalismo. As tradições, o sentido humano-espiritual que acompanhavam essas datas “especiais” se perdem agora em meio às imposições do consumismo, às demandas que surgem como indispensáveis na sociedade da sensação.
A super exploração da figura do “bom velhinho” faz da festa natalina um grande momento de promoção do mercado dos diversos tipos de presentes, e só. O velho barrigudo, de barba, cabelo e bigode grandes e brancos traz um saco às costas carregado de alegrias, sobretudo para as crianças. Essa é a justificativa para tanta atenção à figura mitológica do papai Noel. O presente desejado o ano todo, pode chegar na noite de natal! E aquela foto tirada no colo do velho vestido com cores vermelha e branca, ficará como registro de uma infância feliz.
Com essa mesma necessidade de fazer alguém feliz, ao menos por um dia, várias entidades e organizações, famílias, empresas grandes e pequenas se articulam para arrecadar alimentos, roupas, brinquedos, livros a serem doados no dia de natal às pessoas carentes de tais bens materiais.
A iniciativa é louvável, mas é pontual. E os outros 364 dias do ano? Qual a participação da sociedade no incentivo a implantação de políticas públicas que garantam o alimento, o conforto, a educação e o lazer dessas famílias?
Será que o espírito do Natal só se faz presente no coração dos seres humanos no dia 25 de dezembro? Ou o Natal é apenas mais uma forma de fortalecer a política do assistencialismo, o capitalismo e ainda um falso altruísmo?
O menino, o qual ainda acreditamos festejar seu nascimento, nasceu em uma manjedoura e pregou a paz, a humildade e a igualdade entre os povos. Isso sim seria o bastante!