quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Relato de experiências sobre o COBRECOS 2008


No início do ano passado, uma disciplina me afastou da experiência de participar do Congresso Brasileiro de Estudantes de Comunicação (COBRECOS). Apesar de termos tirado oito delegados para representar o curso de Comunicação do Campus 3 da UNEB, apenas dois cumpriram com o compromisso de ir. O ônibus que partiu em direção a São Paulo levou lugares vazios pelas ausências d@s estudantes de Juazeiro. E eu vim para Juazeiro cheio da vontade de ir...

Os relatos de Paulo e Vinícius só fizeram estimular em mim a disposição de um dia (ou melhor, uma semana) conhecer a dinâmica do COBRECOS. Primeiro encontrei Vinícius. Final de tarde do último dia de janeiro do ano passado, eu tentava amenizar a impaciência de cursar uma disciplina no período de férias ouvindo Roupa Nova no laboratório de informática, por meio de um fone de ouvido. Eis que Vinícius entra no laboratório. Com ele, as lembranças infindáveis de uma semana convivendo com o MECOM nacional. Pouco tempo depois fomos à tradicional pastelaria de Alex, melhor point da Flaviano para uma conversa descontraída e, principalmente, sem pressa (o pastel demora...).

Foi em Alecão que ouvi pela primeira vez algumas palavras-chave dos COBRECOS da vida: Caderno de posicionamentos políticos, deliberações, plenária, comissão gestora (ainda não era “gestorta”), CONECOM, ERECOM, GET, CEN, FEM... e tantos enhenhens... que, ao invés de me sentir distante daquilo tudo, o sentimento emergente era o de aproximação. “É”, pensei, “eu quero conhecer isso tudo...”. Mas, por incrível que pareça não me lembro de ter ouvido duas palavrinhas mágicas, as mais comentadas este ano: re + fluxo = refluxo e conjun + tura = conjuntura. Já estava dando gastura...

De tanto Vinícius falar em deliberações, das mais lógicas às mais absurdas, eu fui obrigado a enveredar por um assunto em comum: a reforma do estatuto do antigo DA de nosso curso. E ficamos nisto. O último diálogo travado entre nós era sobre a possível vinda de Renê para Juazeiro. “Ele disse que vem na semana de integração”, respondeu-me Vinícius. Só esqueceu de completar: “de 2008”. Tomara que Renê realmente venha para a semana de integração deste ano...

Pois bem, não poderia ser mais abstrato o meu encontro com o COBRECOS. Com tantas siglas e acontecimentos imemoriais (como um projeto feito às pressas para tirar de Goiás a “honra” de sediar um Seminário Nacional) é quase impossível um principiante em MECOM não ser obrigado a abstrair o máximo possível. Na prática, o COBRECOS é o concreto do MECOM. Um concreto virtual, uma vez que é o lugar onde todas as ações do ano são pensadas, ou seja, potencialmente tudo pode acontecer.

Para tanto, há os grupos de discussão, estudo e trabalho, na minha avaliação, os melhores espaços do COBRECOS. É mais do que evidente a eficácia deles para o enriquecimento da práxis do MECOM, a possibilidade de você expor suas experiências sobre o assunto discutido, propor alternativas e construir coletivamente uma proposta para ser encaminhada ao caderno de posicionamentos políticos contrasta frontalmente com a apatia e o distanciamento improdutivo da maioria dos painéis. Algo a ser pensado com esmero e carinho pela próxima CO do COBRECOS.

Por falar em caderno de posicionamentos políticos, fechá-lo pode ser comparado a um parto coletivo, com direito a intervenções prematuras, cicatrizes, depressão pós-parto e tantas outras conseqüências desagradáveis. A anestesia, se há, fica por conta das culturais dos primeiros dias. Verdade seja dita: é uma falsa anestesia, haja vista que as noites mal dormidas dos primeiros dias com certeza farão falta nas plenárias madrugadescas dos últimos, onde o caderno de posicionamentos políticos e a reforma do estatuto são fechados. Só um dado: Em minha primeira noite de sono pós-COBRECOS fui deitar por volta de meia-noite e acordei zonzo 16 horas depois, procurando o crachá verde-cana como se estivesse atrasado para mais uma plenária. Foi o início da crise de abstinência...

O alívio de parir um caderno de posicionamentos políticos é passageiro. Poucas horas depois foram distribuídas as propostas de alteração do estatuto da ENECOS entre as pessoas presentes no auditório do CENFOR, e assim iniciou-se a plenária estatutária. Outro parto difícil, onde todo mundo executa todos os papeis. Tem até aquele pai aflito que fica fumando o tempo todo do outro lado da sala, não vendo a hora de tudo terminar para ir embora, retomar a vida e pensar no futuro...

Confesso que não sei ao certo quem foi que cortou o cordão umbilical do COBRECOS, por volta de uma hora da manhã de segunda-feira (28/01). Naquelas alturas, eu já estava bêbado de sono. Mas não dormir. No MECOM, é essencial a “mística de despedida”, última confraternização do encontro ou, sem eufemismos, hora do desencontro. Ademais, haveria a divulgação do tão concorrido concurso + +. Até lá o consenso está fora de senso.

Por sinal, minhas últimas impressões permitem afirmar que, na correlação de forças entre os não muito grupos (e coletivos) que compõem o MECOM, o único que saiu realmente fortalecido do COBRECOS foi o MEUPAL: faltou cachaça para batizar @s nov@s militantes do único Movimento Estudantil verdadeiramente “Unificado”. Nos ERECONS não faltará...


Para quem não está familiarizado com os significados das siglas…

CENFOR: Centro de Formação de Professor@s de Maceió, palco do COBRECOS 2008
CO: Comissão Organizadora
GET: Grupo de Estudo e Trabalho
CEN: Comissão Eleitoral Nacional
FEM: Frente de Esquerda do MECOM
MECOM: Movimento Estudantil de Comunicação
CONECOM: Conselho Nacional de Entidades de Comunicação
ERECOM: Encontro Regional de Estudantes de Comunicação
ENECOS: Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação
MEUPAL: Movimento Estudantil Unificado Pró-ALcool

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