quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Discussão e Avaliação sobre o curso de Comunicação Social do DCH III UNEB
Tal questionário foi experimentado pela primeira vez no Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação de 2005, ocorrido em Maceió-AL. O resultado do debate no MOSQUEMOM deixou muitos participantes abismados com as diferenças entre os cursos. Além da concepção pedagógica, estrutural e curricular, os estudantes constataram que as divergências regionais também eram grandes.
No entanto, o número de escolas presentes neste evento do ENECOM foi pequeno, fazendo com que o Grupo de Estudo e Trabalho de Qualidade de Formação da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) decidisse estender o projeto a Escolas de Comunicação que não estavam presentes no encontro ou que não puderam participar naquele momento.
O curso de Comunicação do Departamento de Ciências Humanas do campus 3 da UNEB, por exemplo, foi um dos tantos cursos que não tinha representantes no ENECOM 2005. Decorridos mais de três anos deste encontro, eis o questionário respondido e postado pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social:
QUESTIONÁRIO DE EXTENSÃO DO MOSQUEMON
ESTRUTURA DO CURSO
1 – HABILITAÇÕES
- Informar se o curso é estruturado em habilitações. Se sim, quais são elas? São escolhidas no vestibular ou durante o andamento do curso? O que acham desse processo de escolha? Informar se o curso é estruturado em habilitações. Se sim, elas são escolhidas no vestibular ou durante o andamento do curso?
O curso de Comunicação Social, Campus III da Universidade do Estado da Bahia, é estruturado na habilitação de Jornalismo em multimeios, escolhida no ato de inscrição do vestibular da UNEB. Por um lado, tal escolha da habilitação é positiva, já que nos proporciona a possibilidade de uma escolha por afinidade à habilitação em comunicação. No entanto, quando me defrontei com a situação do curso de comunicação da UNEB, cheguei à conclusão de que seria mais sensata a implantação de uma habilitação mais de acordo à estrutura do curso. Afinal, como é possível conceber um curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo em multimeios num campus sem laboratórios de radiojornalismo, telejornalismo, fotojornalismo etc.?
2 – DISCIPLINAS
- Informar os conceitos do documento de diretrizes curriculares.
- Quais são as disciplinas teóricas e conceituais?
- Quais são as disciplinas analíticas e informativas sobre a atualidade?
- Quais são as disciplinas de linguagem, técnicas e tecnologias midiáticas?
- Quais são as disciplinas de conteúdo ético e político?
- Quais são as disciplinas laboratoriais?
- Existe veículo laboratorial? Ele é vinculado a alguma disciplina ou aberto para estudantes do curso?
- Informar como é a estrutura dos laboratórios, equipamentos e materiais de uso acadêmico.
- Existem disciplinas eletivas (optativas) no curso? Quantas são e como é estruturada a escolha delas pelo aluno?
Como ainda não tem turma formada, o curso de Comunicação do Campus III, UNEB, não foi conceituado, segundo o documento de diretrizes curriculares.
As disciplinas consideradas teóricas e conceituais são: Teoria da Comunicação; História da Comunicação; Sociologia da Comunicação; Semiótica e Comunicação; Introdução ao Jornalismo; Pesquisa em Comunicação; Seminários Avançados; linguagem dos Meios; Estética e Mídias; Comunicação Cinematográfica; Fundamentos Antropológicos; Introdução à Filosofia; Comunicação e Filosofia; História da Arte; e Filosofia da Educação.
As disciplinas analíticas e informativas sobre a atualidade: Cultura Brasileira; Realidade Latino-Americana em Comunicação; Análise do Discurso Midiático; Psicologia da Comunicação; e Cinema Brasileiro;
As disciplinas de linguagem, técnicas e tecnologias midiáticas são: Tecnologias da Comunicação, Informação e Sociedade; Português para Comunicação I e II; Inglês Instrumental; Espanhol; Introdução à Informática; Programas e Ferramentas I, II, III e IV; Planejamento Gráfico e Editoração; Arte e Comunicação; Planejamento em Comunicação; Assessoria em Jornalismo; Administração de Empresas Jornalísticas; e Técnicas Integradas da Comunicação.
As disciplinas de conteúdo ético e político: Ética Geral; Comunicação Comunitária; Mídia e Cultura; e Comunicação e Educação I e II.
As disciplinas laboratoriais: Radiojornalismo; Telejornalismo ; Laboratório de Vídeo-Arte; Jornalismo on line; Fotojornalismo; Redação Jornalística I, II e III; e Entrevista e Reportagem.
O único veículo laboratorial do curso de Comunicação é o jornal laboratório “Cobaias”, que é vinculado às disciplinas “Entrevista e reportagem” e “Redação jornalística II”. Agora, pensa-se a possibilidade de inserir outras duas disciplinas na produção do jornal: Fotojornalismo e Planejamento gráfico e editoração. O laboratório de radiojornalismo deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2008, portanto, não há como informar sobre a estrutura do mesmo.
No curso de Comunicação, Campus III da UNEB, só existe disciplina optativa. Atualmente, são 18 disciplinas optativas. No entanto, poucas pessoas podem realmente “optar” por tais disciplinas. Isto porque a oferta delas é muito restrita, devido à falta de professor@s para ministrá-las. Por semestre, são ofertadas, em média, apenas quatro disciplinas optativas, o que dificulta em muito a escolha estudantil. Como conseqüência, somos “obrigados” a cursar disciplinas optativas, ou melhor, “obrigativas”. Quem não se submete a esta obrigatoriedade, corre o risco de ficar dessemestralizado.
Existe pesquisa no Departamento de Comunicação da sua faculdade? Se sim, como ela é estruturada? Existem grupos de pesquisa? Eles estão vinculados a alguma linha de pesquisa mais geral, como cibercultura, história da imprensa, cultura contemporânea, entre outras? Quantos alunos participam destas pesquisas? Este trabalho de pesquisa é remunerado, voluntário? Como é o processo de seleção? Os alunos podem apresentar projetos de pesquisa ou eles precisam ser elaborados por professores? Listar os projetos de pesquisa e os responsáveis por eles.
Atualmente, existem seis projetos de pesquisa no Departamento de Ciências Humanas do Campus III, congregando cerca de 15 estudantes do curso de Pedagogia e Comunicação. Dest@s, apenas seis são bolsistas de iniciação científica, aprovad@s na última seleção da Pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação (PPG). O processo de seleção é anual. Aberto o edital de inscrição de projetos de pesquisa, @s estudantes, com a colaboração d@ professor (a)-orientador (a), são responsáveis por formular um projeto de pesquisa e enviar dentre dos prazos estabelecidos pela PPG. Um tempo depois, sai a lista dos projetos aprovados. O ideal é que @ própri@ estudante formule seu projeto com o auxílio d@ professor (a), entretanto, é freqüente @s estudantes servirem de laranjas dos projetos, apenas assinarem um projeto totalmente pensado pel@ professor (a).
Alguns projetos do DCH III são vinculados a linhas de pesquisa mais gerais, como história da imprensa, cultura contemporânea, memória, história cultural etc.
PROJETOS DE PESQUISA 2007.1
NOME DO PROJETO
NOME DO PROFESSOR
PÚBLICO BENEFICIADO
Os editoriais sobre Canudos na imprensa de Pernambuco
Moisés Diniz de Almeida
Comunidade em geral
História da imprensa em Juazeiro
Andréa Cristiana Santos
Comunidade em geral
Signos de nordestinidade: analise da representação das identidades nordestinas presentes no cinema brasileiro
Carla Conceição da Silva Paiva
Comunidade em geral
O arquivo da professora Maria Franca Pires: história cultura e pesquisa na região de Juazeiro-BA
Odomaria Rosa B. Macedo
Comunidade em geral
PROLETRA – Letramento de professores: retextualização e representações
Cosme Batista dos Santos
Comunidade em geral
Fazendo a diferença: um estudo com alteridades juvenis
Josemar da Silva Martins
Comunidade em geral
- Existe extensão no Departamento de Comunicação da sua faculdade? Se sim, como ela é estruturada? A universidade presta serviços para a comunidade? Os cursos de extensão são pagos? Listar os projetos de extensão e os responsáveis por eles.
Atualmente, o curso de Comunicação do DCH III conta com dez projetos de extensão. A maioria dos projetos, apesar de terem como público beneficiado a “comunidade em geral”, não estão acessíveis nem mesmo à comunidade acadêmica do DCH. É bom ressaltar que a seleção para monitoria dos projetos de extensão se propõe a ser a mais democrática possível, com abertura de edital, entrevista, prova escrita (para alguns) etc. No entanto, várias infrações são percebidas no processo de seleção, provocando manifestos e moções de repúdio. A principal delas diz respeito à estigmatização de alguns (mas) estudantes e ao fato de algumas pessoas serem escolhidas para ocupar vagas na monitoria sendo que, ao mesmo tempo, desenvolvem atividades remuneradas fora da universidade, como estágio, por exemplo. Diga-se de passagem, as bolsas de monitoria são marcadas pelo atraso sistemático no pagamento.
Nenhum curso de extensão é pago, e a universidade presta pouquíssimos serviços para a comunidade.
PROJETOS DE EXTENSÃO 2007.1
NOME DO PROJETO
NOME DO PROFESSOR
PÚBLICO BENEFICIADO
Hemeroteca
Emanuel de Andrade Freire
Comunidade em geral
Transforma
José Renner B. de Alencar
Comunidade acadêmica do DCH III
Acompanhamento ao vídeo: o estudo da arte da fuleragem
Josemar da Silva Martins
Comunidade em geral
Cineencontro
Flávio Ciro
Comunidade em Geral
Difusão de tecnologia de informação no DCH III
Jussara Adolfo Moreira
Comunidade em geral
Difusão do acervo legado pela Profª Maria Franca Pires
Odomaria Rosa B. Macedo
Comunidade em geral
Agência de notícias
Andréa Cristiana Santos
Jornalistas / professores / Estudantes de Jornalismo
Criação e instalação da rádio universitária da UNEB/Campus III
Fabíola Moura Reis Santos
Comunidade em geral
Programas experimentais de televisão
Fabíola Moura Reis Santos
Comunidade em geral
Inglês para comunicação imediata
Rosélia Lopes Lima C. Coelho
Comunidade acadêmica do DCH III
ESTRUTURA DA INSITUIÇÃO
- Democracia interna: informar como é a estrutura hierárquica da faculdade. Os estudantes participam dos conselhos gerais e departamentais? Se sim, quantas vagas e como é esta participação?
A participação d@s estudantes nos espaços oficiais de decisão da UNEB é mínima. Numa Universidade multicampi, as ações ainda são centralizadas em uma unidade, no caso, o Campus I, onde fica localizada a Administração Central, dificultando ainda mais o diálogo e o atendimento das contribuições, reivindicações e críticas estudantis.
Nos Conselhos Universitários a representação estudantil é, numericamente, quase nula. No CONSU (Conselho Universitário), maior instância decisória da UNEB, por exemplo, apenas 5 estudantes têm direito a voto, enquanto que o mesmo Conselho é composto ainda por tod@s @s 24 Diretores (as) de Departamento, 15 docentes indicados pela Administração Central, 15 professor@s indicados pela Associação Docente, 7 servidor@s e presidido pelo Reitor.
No CONSEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), @s estudantes possuem 15 cadeiras. O Conselho ainda tem a participação de tod@s @s Coordenador@s de Colegiado de Curso e Pró-Reitor@s. Já no CONSAD (Conselho Administrativo), que define as diretrizes orçamentárias da instituição, apenas 1 estudante tem direito a voto. Vale destacar que este Conselho é presidido pelo Secretário de Educação, o que nos leva a questionar a autonomia universitária.
A situação de inferioridade representativa se assemelha nos Conselhos de Departamento e nos Colegiados de curso. Em ambos, @s estudantes têm direito a apenas duas vagas (1 titular e 1 suplente).
– O que a sua Universidade tem de assistência estudantil (moradia,alimentação, bolsas, transporte, cultura, lazer e alimentação)? Responda a essa questão sobre o prisma quantitativo e qualitativo. Informe também o número de estudantes matriculados na Universidade.
A Assistência Estudantil é o elemento menos consolidado na UNEB. Não há, por parte das universidades estaduais da Bahia, uma política de Assistência Estudantil que proporcione a permanência d@s estudantes na instituição. Em uma Universidade com, aproximadamente, 26 mil estudantes matriculad@s, distribuíd@s em 24 campi, não há sequer um Restaurante Universitário, uma prática esportiva permanente, um Centro de Arte e Cultura, por exemplo.
As Residências Estudantis existentes na UNEB, cerca de 20, não são suficientes para a demanda real d@s estudantes. No Campus I, em Salvador, por exemplo, há apenas 15 residentes. Além disso, as casas, geralmente fora do campus, não oferecem segurança, alimentação e nem uma manutenção. Bolsas de auxílio-transporte e alimentação também não fazem parte da "Assistência Estudantil" da UNEB.
Com relação às bolsas de monitoria, uma das formas de assistência estudantil institucionalizada pela UNEB, os atrasos no pagamento deste serviço prestado por uma parcela ainda pequena d@s estudantes é recorrente. Normalmente, o semestre acaba sem que @ estudante receba o pagamento total da bolsa. Para quem depende desta assistência como forma de se manter na universidade, as dificuldades acompanham o dia-a-dia.
Por estar em cidades consideradas pólos de suas respectivas regiões, a UNEB abriga estudantes oriund@s de cidades vizinhas, que utilizam transporte intermunicipal diariamente. No entanto, em alguns campi, como Barreiras e Juazeiro, poucas são as linhas de ônibus que trafegam pela área da Universidade.
- Professor@s: existem professor@s para todas as disciplinas? El@s são qualificad@s? São concursad@s? Informar o número de professor@s efetiv@s e substitut@s.
O quadro docente é um dos principais percalços do curso de Comunicação do Campus III - UNEB. Durante o processo de implantação do curso, em 2004, o Departamento de Ciências Humanas ofertou a Especialização em Ensino da Comunicação para o corpo de professor@s da própria instituição e comunidade externa, principalmente pelo número de profissionais formad@s na área que atuavam na região e com perspectiva de serem docentes.
O curso, que contou com uma turma de 45 alun@s, possibilitou a capacitação de especialistas em Ensino da Comunicação Social, sendo que alguns (mas) egress@s foram aprovad@s em Concurso Simplificado para Professor (a) Substitut@ da UNEB para áreas do conhecimento da Comunicação Social e colaboram como professor@s.
No entanto, no Concurso Público para Professor (a) do quadro efetivo da UNEB, realizado em 2005, apenas cinco professor@s entre mestres e especialistas foram efetivad@s como servidor@s públic@s para o Curso de Comunicação Social. De tal forma que, atualmente, o quadro docente do curso de Comunicação do Campus III é ainda insuficiente, formado por dez professor@s efetiv@s e nove substitut@s e visitantes.
- Estágio: informar se existe regulamentação específica da própria universidade (como é essa regulamentação?) e se o estágio é obrigatório para a graduação. Incluir breve panorama dos estágios na cidade (quantidade de oferta, para que tipo de áreas, valores das bolsas, como os estagiários são tratados, se tem função de aprendizagem...).
Havia a disciplina “Estágios Integrados em Jornalismo”, no entanto, por não encontrar respaldo legal na regulamentação vigente para a graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, foi excluída da matriz curricular. A sugestão partiu da Pró-Reitoria de Graduação da UNEB. Além disto, também foi excluída uma disciplina complementar optativa, prevista para o oitavo semestre, em função da necessidade de ampliar a carga horária da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso para corresponder às exigências da Resolução 024/84, que prevê carga horária mínima de 270 horas.
Em Juazeiro, entretanto, há uma crescente parceria entre empresas de Comunicação locais e a UNEB. De tal forma que, não raro, surgem proposta de seleção para estágio, na qual alguns (mas) estudantes conseguem ingressar nos veículos de comunicação locais. Tais estágios não têm acompanhamento direto da instituição, ou seja, não são supervisionados por professor@s de comunicação. Destarte, fica difícil explanar sobre a “função de aprendizagem” advinda do estágio. O certo é que algumas pessoas conseguem se firmar nas empresas, sendo contratadas posteriormente. Mas é necessário fazer uma ressalva: o curso de Comunicação da UNEB de Juazeiro é o único com habilitação em jornalismo na região, e ainda não tem turma formada.
- Existe algum projeto de avaliação institucional na sua escola? Como funciona? Essa avaliação consegue detectar as deficiências reais do curso e, principalmente, corrigi-las?
Sim. Logo no início do semestre, o (a) professor (a) de uma determinada disciplina divide a sala em grupos, os quais são responsáveis por avaliar disciplinas do semestre anterior que, obviamente, não foram ministradas por el@. O questionário é composto por uma série de questões fechadas e, por fim, há um espaço para @s estudantes avaliarem a disciplina.
Obviamente, posto desta forma, tal avaliação não consegue detectar nem de perto as deficiências da disciplina, quem dirá do curso... Antes, a turma inteira se reunia para avaliar todas as disciplinas, mas este processo foi considerado lento, devido, principalmente, às divergências que surgiam no interior da avaliação. Sempre tinha um (a) estudante que não ia muito com os métodos, a postura etc., de um (a) determinado (a) professor (a)... Mas, pelo menos, parecia ser muito mais democrática esta forma de avaliação.
Outra questão intrigante diz respeito ao que é feito com as avaliações que semestralmente fazemos das disciplinas. Até o presente momento, que eu saiba, não houve qualquer retorno concreto por parte da instituição. A postura de alguns (mas) professor@s continua a mesma mesmo depois de muitos desagravos dentro e fora da sala de aula, os métodos então nem se fala... Segundo informações provenientes de conversas com alguns (mas) professor@s de comunicação, há uma comissão no departamento que recebe as avaliações, discute e repassa para cada professor (a). Quem dera isto ressoasse...
AVALIAÇÃO
- Agora, depois de esmiuçar a estrutura do seu curso, defina de forma geral e sintética, em no máximo 35 linhas, como o seu curso de comunicação se apresenta. Quais são suas principais características (positivas e negativas)? Como você acha que seria o curso “ideal” de comunicação?
A maior dificuldade em responder a tal provocação, “como o seu curso de comunicação se apresenta”, e que me leva a refletir profundamente, é um imperativo imponderável: O curso de comunicação social: habilitação jornalismo em multimeios da UNEB precisa se apresentar, especialmente para a sociedade que o demandou. De tal forma que, em minha opinião, o nosso curso de comunicação ainda é uma porta entreaberta, onde alguns raios de luz tentam desnudar a escuridão que predomina em seu interior e cega até mesmo as pessoas que fazem parte diretamente de sua construção. Por isso, não é nada fácil elencar as características positivas e negativas do curso sem uma sensação de frustração no ar, por não ter conseguido ainda conquistar coisas básicas para o curso.
Durante a greve docente, no ano de 2007, fizemos uma espécie de ocupação simbólica para reivindicar pontos que em muito contribuem para uma caracterização negativa do curso. A falta de um suporte técnico para a teoria que, com muita dificuldade, emerge na sala de aula é uma reivindicação antiga. Na presença dos laboratórios, não há dúvida, a parte de produção seria aumentada consideravelmente, mas talvez ainda falte um contato mais intensificado com a comunidade local, a sociedade civil organizada. Isto porque os projetos de extensão ainda estão muito centrados nas demandas acadêmicas e muito pouco nas demandas sociais. Os projetos de pesquisa vigentes, apesar de terem a “comunidade em geral” como “público beneficiado” passam longe do conhecimento geral. São projetos que raramente superam os muros da universidade, infelizmente.
Falar das características positivas é refletir sobre a abertura que temos para pensar o curso de maneira ativa e atuante. A cooperação e o respeito que circulam as relações que estabelecemos com as demais instâncias do departamento (e ás vezes, até da universidade) são aspectos merecedores de registro. Por ser um curso em paulatina construção não há dúvida de que temos uma abertura maior para uma atitude dialógica com o colegiado do curso e a direção do departamento, e isto pode ser verificado até mesmo na hora de solicitar colaboração do departamento em encontros estudantis, quando percebemos o empenho da direção em viabilizar nossa ida.
Por fim, pensar num curso ideal de comunicação me faz lembrar “a utopia”, de Thomas Morus, algo que só existe nos projetos de reconhecimento dos cursos de comunicação. Seria, portanto, um curso que favorecesse o desenvolvimento de uma articulação entre as diversas linguagens habitualmente utilizadas nos processos de comunicação, sem perder de vista a dimensão criativo-interpretativa, com as demandas sociais, culturais, econômicas e políticas que emergem cotidianamente em nossas relações sociais.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
SEMANA DE INTEGRAÇÃO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - 20 a 23 de fevereiro de 2008
Quarta-feira, 20 de fevereiro:
16h – Mística de Integração.
Local: Canto de Tudo
16h- Exposição jornalística sobre os 40 Anos do Tropicalismo
Local: Hall do DCH III / Org e pesquisa. Prof. Emanuel Andrade
16:30h – Trote (Caminhada) Ecológica com apresentação da Universidade
Quinta-feira, 21 de fevereiro
16h – Palestras: Jornalismo em multimeios
convidados:
- Janduary Simões/ Fotojornalismo e o universo virtual
- Evaldo Costa – jornalista (Secretário de Imprensa do Governo de Pernambuco) Tema: A Imprensa institucional e as relações com a mídia na atualidade.
- Daniel Campos (radialista) “O poder do rádio na sociedade virtual”
Local: Auditório do Campus III
Sexta-feira, 22 de fevereiro:
16h – Oficinas de comunicação: Dança, Expressão Corporal, Locução, Cordel e Fanzine
Local: Salas do DCH III
Sábado, 23 de fevereiro:
16h – Apresentação da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social.
Local: Auditório do DCH III
Atenção, durante a Semana de Integração haverá aula das 14h às 16h!!
Realização:Universidade do Estado da Bahia – UNEB/Campus III
Departamento de Ciências Humanas
Colegiado de curso de Comunicação Social
Centro Acadêmico de Comunicação Social – CACoS/ Gestão “Pra Fazer Diferente”
Comissão Organizadora: Professores Emanuel Andrade, Fabíola Moura e Flávio Ciro, aluna: Naiara Soares.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Relato de experiências sobre o COBRECOS 2008
No início do ano passado, uma disciplina me afastou da experiência de participar do Congresso Brasileiro de Estudantes de Comunicação (COBRECOS). Apesar de termos tirado oito delegados para representar o curso de Comunicação do Campus 3 da UNEB, apenas dois cumpriram com o compromisso de ir. O ônibus que partiu em direção a São Paulo levou lugares vazios pelas ausências d@s estudantes de Juazeiro. E eu vim para Juazeiro cheio da vontade de ir...
Os relatos de Paulo e Vinícius só fizeram estimular em mim a disposição de um dia (ou melhor, uma semana) conhecer a dinâmica do COBRECOS. Primeiro encontrei Vinícius. Final de tarde do último dia de janeiro do ano passado, eu tentava amenizar a impaciência de cursar uma disciplina no período de férias ouvindo Roupa Nova no laboratório de informática, por meio de um fone de ouvido. Eis que Vinícius entra no laboratório. Com ele, as lembranças infindáveis de uma semana convivendo com o MECOM nacional. Pouco tempo depois fomos à tradicional pastelaria de Alex, melhor point da Flaviano para uma conversa descontraída e, principalmente, sem pressa (o pastel demora...).
Foi em Alecão que ouvi pela primeira vez algumas palavras-chave dos COBRECOS da vida: Caderno de posicionamentos políticos, deliberações, plenária, comissão gestora (ainda não era “gestorta”), CONECOM, ERECOM, GET, CEN, FEM... e tantos enhenhens... que, ao invés de me sentir distante daquilo tudo, o sentimento emergente era o de aproximação. “É”, pensei, “eu quero conhecer isso tudo...”. Mas, por incrível que pareça não me lembro de ter ouvido duas palavrinhas mágicas, as mais comentadas este ano: re + fluxo = refluxo e conjun + tura = conjuntura. Já estava dando gastura...
De tanto Vinícius falar em deliberações, das mais lógicas às mais absurdas, eu fui obrigado a enveredar por um assunto em comum: a reforma do estatuto do antigo DA de nosso curso. E ficamos nisto. O último diálogo travado entre nós era sobre a possível vinda de Renê para Juazeiro. “Ele disse que vem na semana de integração”, respondeu-me Vinícius. Só esqueceu de completar: “de 2008”. Tomara que Renê realmente venha para a semana de integração deste ano...
Pois bem, não poderia ser mais abstrato o meu encontro com o COBRECOS. Com tantas siglas e acontecimentos imemoriais (como um projeto feito às pressas para tirar de Goiás a “honra” de sediar um Seminário Nacional) é quase impossível um principiante em MECOM não ser obrigado a abstrair o máximo possível. Na prática, o COBRECOS é o concreto do MECOM. Um concreto virtual, uma vez que é o lugar onde todas as ações do ano são pensadas, ou seja, potencialmente tudo pode acontecer.
Para tanto, há os grupos de discussão, estudo e trabalho, na minha avaliação, os melhores espaços do COBRECOS. É mais do que evidente a eficácia deles para o enriquecimento da práxis do MECOM, a possibilidade de você expor suas experiências sobre o assunto discutido, propor alternativas e construir coletivamente uma proposta para ser encaminhada ao caderno de posicionamentos políticos contrasta frontalmente com a apatia e o distanciamento improdutivo da maioria dos painéis. Algo a ser pensado com esmero e carinho pela próxima CO do COBRECOS.
Por falar em caderno de posicionamentos políticos, fechá-lo pode ser comparado a um parto coletivo, com direito a intervenções prematuras, cicatrizes, depressão pós-parto e tantas outras conseqüências desagradáveis. A anestesia, se há, fica por conta das culturais dos primeiros dias. Verdade seja dita: é uma falsa anestesia, haja vista que as noites mal dormidas dos primeiros dias com certeza farão falta nas plenárias madrugadescas dos últimos, onde o caderno de posicionamentos políticos e a reforma do estatuto são fechados. Só um dado: Em minha primeira noite de sono pós-COBRECOS fui deitar por volta de meia-noite e acordei zonzo 16 horas depois, procurando o crachá verde-cana como se estivesse atrasado para mais uma plenária. Foi o início da crise de abstinência...
O alívio de parir um caderno de posicionamentos políticos é passageiro. Poucas horas depois foram distribuídas as propostas de alteração do estatuto da ENECOS entre as pessoas presentes no auditório do CENFOR, e assim iniciou-se a plenária estatutária. Outro parto difícil, onde todo mundo executa todos os papeis. Tem até aquele pai aflito que fica fumando o tempo todo do outro lado da sala, não vendo a hora de tudo terminar para ir embora, retomar a vida e pensar no futuro...
Confesso que não sei ao certo quem foi que cortou o cordão umbilical do COBRECOS, por volta de uma hora da manhã de segunda-feira (28/01). Naquelas alturas, eu já estava bêbado de sono. Mas não dormir. No MECOM, é essencial a “mística de despedida”, última confraternização do encontro ou, sem eufemismos, hora do desencontro. Ademais, haveria a divulgação do tão concorrido concurso + +. Até lá o consenso está fora de senso.
Por sinal, minhas últimas impressões permitem afirmar que, na correlação de forças entre os não muito grupos (e coletivos) que compõem o MECOM, o único que saiu realmente fortalecido do COBRECOS foi o MEUPAL: faltou cachaça para batizar @s nov@s militantes do único Movimento Estudantil verdadeiramente “Unificado”. Nos ERECONS não faltará...
Para quem não está familiarizado com os significados das siglas…
CENFOR: Centro de Formação de Professor@s de Maceió, palco do COBRECOS 2008
CO: Comissão Organizadora
GET: Grupo de Estudo e Trabalho
CEN: Comissão Eleitoral Nacional
FEM: Frente de Esquerda do MECOM
MECOM: Movimento Estudantil de Comunicação
CONECOM: Conselho Nacional de Entidades de Comunicação
ERECOM: Encontro Regional de Estudantes de Comunicação
ENECOS: Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação
MEUPAL: Movimento Estudantil Unificado Pró-ALcool
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
PARTICIPAÇÃO NO COBRECOS
Entre os dias 20 e 27 de janeiro de 2008, aconteceu o XV COBRECOS (Congresso Brasileiro de Estudantes de Comunicação Social, em Maceió. O curso de Comunicação do Campus III da UNEB participou com 5 delegad@s (Érica, Luís Osete, Naiara, PV e Quercia). Painéis, Grupos de Discussão, Estudo e Trabalho, Plenárias e reuniões foram constantes durante a semana em Maceió, com um pouco de descontração e integração nos momentos culturais.