sexta-feira, 26 de junho de 2009

"Farinha pouca, meu pirão primeiro", infelizmente


No dia 17 de junho, o Supremo Tribunal Federal aprovou a não-obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Nada novo, apenas a oficialização de uma prática já tão corriqueira e que jamais impediu a existência do bom e do mau jornalismo no Brasil.

Sendo bem sincera... enquanto estudante de Comunicação Social, enquanto representação estudantil (C.A), enquanto militante do movimento estudantil (nacional) de comunicação, enquanto pessoa que acredita que muita coisa está errada e precisa mudar em nossa sociedade, digo que essa decisão veio pra provar o quanto as pessoas são (e estão cada vez mais) egoístas.

Cabe aqui, mais um ditado popular, dentre tantos que tem sido usado depois do dia 17 de junho: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. É nisso que parece está embasado o levante de tantos que perderam o sono depois da decisão do Supremo Tribunal Federal.

Quantas decisões absurdas o STF e outras esferas do poder nacional tem tomado, mas como não nos atingem diretamente, ninguém tá nem aí. Vamos pensar um pouco: Por que ninguém se interessou em travar esse debate antes? A mídia se calava, independente da posição que defendia. A academia também não (ou muito pouco) se pronunciava. O que falta pra gente se apropriar (com qualidade) dessas discussões? É a inexistência de espaços para isso? Não. É falta de interesse.

Me desculpem, mas me pronuncio aqui pra dizer que não me preocupa a decisão do STF, minha inquietação é outra.

Ás vezes ouço discursos de colegas que me causam náuseas... há uma pseudo preocupação com a formação. As falas são bem arrumadinhas, as críticas aos grandes meios (ao monopólio da mídia) são consensos, mas pouco vejo a diferença na prática. Parece que todo mundo esquece que a mídia é feita por pessoas, ou seja, nós daqui a pouco.

Talvez, se refletíssemos mais sobre a verdadeira prática jornalística, sobre o jornalismo como ciência preocupada com uma necessária transformação social; talvez se brigássemos para que as empresas proporcionassem adequadamente o estágio... estaríamos hoje aqui preocupad@s em exigir a regulamentação da nossa profissão, preocupad@s em lutar contra a precarização da mesma ou ainda preocupad@s com algo mais emergencial numa sociedade movida pela tecnologia da informação e da comunicação.

Os argumentos expostos por Gilmar Mendes são covardemente ridículos, só prova a mediocridade do debate, o despreparo cada vez maior dos representantes políticos que, diariamente, decidem a vida de centenas de brasileiros e brasileiras. Contudo, nesse contexto de obrigatoriedade ou não do diploma de jornalista, vejo um problema bem maior: o que estamos fazendo dos 4 anos (em média) que passamos na Universidade? Essa reflexão faz-se necessária para definirmos o que faremos depois desses 4 anos, logo após aquela solenidade em que vamos receber o diploma e encher o peito pra dizer que somos jornalistas "por formação".

Por que não centramos nossas energias numa batalha por uma educação de qualidade, onde a Universidade não seja um privilégio de uma pequena parcela da população? Por que não questionamos a falta de oportunidade que impede a existência de mais profissionais qualificados? Por que não enfrentamos os “donos da mídia” que insistem em não oferecer a qualidade da informação de que a população é merecedora? Por que também não nos revoltamos com o STF quando a decisão atinge profissionais de outra categoria?

Tudo isso porque somos egocêntricos, individualistas e assim, infelizmente, nunca seremos agentes de mudança social alguma, como, teoricamente, nos propomos a ser.

Para as/os que querem desistir de estudar, lamento, só tenho a dizer que é preciso mais maturidade e um maior compromisso seja qual for a profissão a ser seguida. Àqueles/as que não se conformam com a não-exigência do canudo, busquem as alternativas. Temos aí um mercado gigante que tem lugar para todo e qualquer bom profissional.

No mais... continuo (já quase concluindo) meu curso, na certeza de que teoria e prática devem caminhar juntas, (com ou sem obrigatoriedade do diploma) pois estas sim, aliadas à ética, são essenciais no exercício da profissão que escolhi.

Érica Daiane - Estudante do 8º período de Comunicação Social (Jornalismo em Multimeios) /UNEB Juazeiro.

terça-feira, 16 de junho de 2009

II SECAL - Programação

Dia 17 (Quarta)

Local: Canto de Tudo


18h - Credenciamento

18h30 - Apresentação de percussão do

NAEND'A

19h – Mesa :

Por que pensar uma outra comunicação?

19h30 – Rodas de fuxico

20:30 – Socialização das Rodas de Fuxico

21:10 – Considerações finais da mesa

21:40 – Apresentação Teatral do Projeto “ “Tenho mais o que fazer”.


Dia 18 (Quinta)


08:30 – Grupos de Discussão

11:00 – Encaminhamentos (Apresentação/ Efetivação de Comitê local pela Democratização da Comunicação)

12:30 – Almoço ( Atração musical : Alecrim)

14:00 – Oficinas produtivas

17:00 – Intervalo dançante/Lanche

18:00 – Socialização das Oficinas

19h - Noite Cultural


Grupos de Discussão (GD’s)

Local: Salas do DCHIII

-Educomunicação

- Criminalização da Comunicação Comunitária

- Comunicação e Desenvolvimento local

- Digitalização dos Meios

- Políticas Públicas para Comunicação


Oficinas produtivas

Local: salas do DCH e Laboratórios


- Rádio Web

- Software Livre

- Elaboração de projetos para Comunicação

- Fotografia

- Edição de Áudio

- Edição de Vídeo

- Fanzine

- Cordel

- Mix: Dança e Expressão corporal

- Teatro popular

Noite Cultural

Local: Canto de Tudo


Recital— Jânio Fábio

Voz e Violão— Michael Ribeiro, Edésio Ribeiro.

Forró — Danilo Ribeiro

Samba - Samba Direito

Comunicação para promoção das viabilidades do semiárido

Com o propósito de refletir o papel da comunicação social na sociedade, estudantes do curso de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da UNEB em Juazeiro, participaram, este final de semana, da formação "Comunicação para promoção das viabilidades do semiárido". Nos diversos espaços de discussão esteve em pauta, principalmente, as abordagens midiáticas que constroem significados e valores acerca do semiárido brasileiro.

O evento foi promovido pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada - IRPAA - em parceria com o Projeto de Extensão "Programas Experimentais de Televisão" da UNEB e contou com o apoio do Centro Acadêmico de Comunicação Social - CACoS. Durante três dias, profissionais que atuam no IRPAA e na UNEB mediaram debates em torno de temáticas como: caracterização do semiárido, abordagens espetacularizada da mídia sobre o Nordeste, educação contextualizada, viabilidades produtivas do semiárido e o papel das ONG´s e dos projetos de desenvolvimento adaptados à realidade da região.

A programação contou com palestras seguidas de debate, exibição de vídeos, trabalhos em grupo e socialização, além de atividade de campo para conhecer experiências de captação e armazenamento de água e produção agrícola adaptada ao clima.

Além dos espaços de discussão, o encontro trouxe também a prática do trabalho coletivo, da auto-gestão e do uso adequado dos recursos naturais. Da coleta seletiva do lixo ao discurso político presente nas místicas, o objetivo era apresentar a viabilidade de uma convivência sustentável com o ambiente natural, especificamente com o semiárido que é constantemente estereotipado, sobretudo pelos meios de comunicação.

Ao final do evento, as/os organizadores e participantes fizeram uma avaliação positiva, destacando a necessidade e importância de dá continuidade à iniciativas como estas, que proporcionam aos estudantes em formação, reflexões necessárias à futura atuação profissional.

Um dos resultados do encontro foi a elaboração coletiva de diretrizes para construção de novos significados inerentes ao Nordeste e ao semiárido junto aos meios de comunicação. Tal documento será sistematizado e enviado, inicialmente, para os meios locais como forma de desconstruir a imagem caricaturada que tem sido atribuída à região, apresentando as possibilidades de convivência com a mesma, bem como a contribuição essencial da mídia nesse processo de reeducação da sociedade.



quinta-feira, 11 de junho de 2009

Capacitação do IRPAA leva conhecimento para estudantes


O Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada IRPAA, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia, UNEB (DCH III) como o apoio do Centro Acadêmico de Comunicação Social CACOS, promove no período de 12 a 14 de Junho de 2009 o Encontro de Capacitação: COMUNICAÇÃO PARA PROMOÇÃO DAS VIABILIDADES DO SEMI ÀRIDO.

O encontro visa discutir as diversas formas midiáticas que constroem significados e valores acerca do ambiente Semi Árido nos mais diferentes aspectos e realidades. Analisando quais aspectos da região são mais reforçados nas produções jornalísticas. Além de ser pré-requisito para a participação no programa experimental de TV “COISAS DO SERTÃO”, Promovido pela docente Fabíola Moura. .

Os conteúdos temáticos serão ministrados por instrutores do IRPAA e da UNEB através de exposições orais reforçadas com apresentações de vídeos, slides, textos, trabalhos em grupos e visitas às áreas demonstrativas da Instituição. O encontro acontece no Centro de Treinamento do Irpaa, situado a 1 (um) Quilômetro do bairro Jardim Primavera (Juazeiro - BA).

Por Assessoria de Imprensa do evento